Durante coletiva de imprensa dos ‘100 dias de gestão’ realizada nesta quinta-feira (10), no auditório da Prefeitura de Dourados, o prefeito Marçal Filho (PSDB) comentou sobre o contrato firmado com o Fonplata (Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata), um dos maiores de financiamento da história do município.
Ao ser questionado sobre o andamento das obras e a posição da atual gestão em relação ao contrato, Marçal não poupou críticas ao modelo adotado anteriormente. “Uma coisa que me chamou muita atenção e que pra mim é inédito: eu nunca tinha ouvido falar da contrapartida da prefeitura ser maior do que o valor do empréstimo. Isso é uma distorção absurda. Nunca vi isso acontecer nem como deputado federal”, afirmou o prefeito.
Conforme explicou, o financiamento para uma das obras foi de R$ 18 milhões, enquanto a contrapartida da prefeitura chegou a R$ 22 milhões. “Se eu tenho R$ 22 milhões, eu faço uma obra de R$ 22 milhões. Para que pegar R$ 18 milhões emprestados? Isso não faz sentido”, reforçou.
Marçal citou também como exemplo a obra da Via Parque Água Boa, que está em andamento e, segundo ele, já consumiu recursos suficientes para que não seja mais possível interrompê-la.
Apesar das críticas, o prefeito ponderou que o empréstimo global de US$ 50 milhões com contrapartida de US$ 10 milhões, em si, não é ruim, destacando que os juros são baixos.
No entanto, questionou a forma como os projetos foram elaborados na gestão passada. “Os projetos foram feitos meio a toque de caixa. Conseguiram o empréstimo e depois correram para fazer os projetos, sem um planejamento adequado”, pontuou.
Ainda durante a coletiva, Marçal revelou que algumas obras previstas no escopo do Fonplata serão canceladas ou redirecionadas. Entre os motivos estão o impacto ambiental, como no caso de uma obra que adentraria área de Mata Atlântica, e a falta de prioridade em determinados investimentos.
“Vamos realocar os recursos para obras que consideramos mais importantes. Algumas serão mantidas, outras modificadas, e outras, simplesmente, canceladas”, completou.
Novo projeto para o transporte público
O prefeito também adiantou que um novo projeto poderá ser incluído entre os financiados com recursos do Fonplata: a reformulação completa do sistema integrado de transporte de passageiros, ou de transbordo.
Atualmente, o terminal localizado na Onofre Pereira de Matos, no Centro, tem sido alvo de críticas, inclusive por ser ponto de concentração de pessoas em situação de rua e usuários de drogas.
“A ideia é acabar com o terminal de transbordo ali e criar dois novos terminais nos extremos da Marcelino Pires. Esse sim é um modelo funcional, que permite à população se deslocar de um lado ao outro da cidade”, disse Marçal.
Segundo ele, terrenos para os novos terminais já estão reservados. “E esse novo projeto, possivelmente, vamos encaixar no Fonplata”, afirmou Marçal.
Fonte: Dourados News
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