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A rotina de quem transforma amor, salgado e café em sustento e acolhimento

Pelas ruas de Dourados a Francisca Maria de Oliveira, 56 anos, vende seus salgados em frente a locais que realizam atendimentos de saúde no município. Ela e seu marido, Genivaldo Pereira, de 47 anos, acordam todos os dias às 3h para poder organizar a rotina de vendas do dia.

É nesse horário que começa a maratona diária para garantir que, às 4h30, estejam na frente do Hospital Regional de Cirurgias da Grande Dourados para receber os pacientes, acompanhantes e funcionários com coxinhas fresquinhas, café quentinho, suco gelado e a simpatia de quem trabalha por amor e necessidade.

“Levanta eu e meu esposo às três horas da manhã, porque aqui no hospital é muito relativo de ter vaga. Então tem que correr para quatro e meia estar aqui. Se não chega cedo, já está cheio com os carros de funcionários e pacientes”, conta em entrevista ao Dourados News.

Francisca empreende por uma causa

Ela ajuda a mãe de 76 anos que é viúva do padrasto dela e que está com problemas de saúde. Além disso, também auxilia o pai de 78 anos de idade que é aposentado e, com a renda, manter as próprias contas em dia.

Francisca, mora nos fundos da casa da mãe, na Vila Industrial, em Dourados, junto com o esposo e o pai, que ela tirou de uma kitnet para cuidar melhor.

A rotina dela de trabalho começa cedo e só termina por volta das 22h. “Eu vou dormir todo dia às dez da noite. É uma luta constante”, relata.

A produção dos salgados, por exemplo, é parte do esforço logístico de Francisca. Metade ela mesma prepara, como a coxinha feita com massa de mandioca e o rissole. O restante, especialmente os de massa de pão, que precisam ser feitos e entregues na hora, ela encomenda com uma salgadeira de confiança

No período da tarde, a rotina continua

“Depois do almoço eu cuido dos meus pais, vejo o que é prioridade. Depois eu saio para as compras e para vender de novo. Eu vendo salgado, refrigerante em geral. Quando estou mais tranquila, e sei que não vou sair, eu confecciono o salgado”, diz ela, relembrando do curso de 2009 que fez em Minas Gerais para saber fazer salgados.

A rota vespertina pela cidade, inclui três pontos fixos: o posto de saúde da Vila Industrial, o PAM – Pronto Atendimento Médico e um posto de gasolina.

E, pelas as ruas de Dourados, Francisca conquistou amizades.

“Conheço a dona Francisca há uns 15 anos, desde que ela começou a vir aqui no posto com a mãe dela, que também é nossa paciente. Com o tempo, criamos uma amizade, ela vende salgados deliciosos, e sempre que passa por aqui a gente conversa, mesmo que rapidinho. Sei da luta dela no dia a dia, ajudando a mãe, o pai, sempre correndo com as consultas e ainda vendendo pra manter tudo”, fala a cliente e amiga, Alice Helena Marque, de 53 anos.

Sobre os desafios de empreender

Atualmente, o salgado dela é vendido a R$ 7, o refrigerante por R$ 5 e o suco por R$ 6. Em média, ela vende cerca de 70 salgados por dia, 50 de manhã e 20 a 25 à tarde , além de uma caixa de refrigerantes.

Fonte: Dourados News

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